Rodrigo Maia está deixando a presidência da Câmara do Deputados, aparentemente, com uma derrota fantástica. Ele passou muito tempo no cargo, tinha uma liderança forte, se posicionou muito bem em vários momentos, em outros foi crítico ácido e manteve distanciamento do Planalto. Teve equilíbrio para não colocar o impeachment em votação, mas nessa sucessão perdeu o controle, deve ser derrotado fragorosamente. Foi abandonado por partidos tradicionalmente aliados, e até o DEM, seu partido, colocou a votação aberta. A ideia de que pudesse abrir impeachment hoje como vingança contra o Palácio do Planalto, que fez interferência abusiva no processo da eleição, não prospera. Seria uma vergonha. Maia está saindo muito mal, enfraquecido, sem condições de permanecer no DEM, porque foi abandonado pelo ACM Neto, presidente do partido. Vai ser difícil para ele se reorganizar politicamente. Já o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, vai ter uma vitória. Se mostrou competente do ponto de vista dele e aderiu completamente ao presidente Bolsonaro – tem possibilidade de ser ministro - e vai eleger seu sucessor. Do ponto de vista pessoal, se saiu bem. Montou uma candidatura vitoriosa, apesar de ter perdido a aura de renovação. Depois de eleito, entrou no jogo daqueles que derrotou. Mas politicamente está forte no Congresso.
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