Peço licença aos meus leitores para não ser acadêmico, como é o meu dever, vindo a escrever sobre a extraordinária carreira do São Paulo Futebol Clube . Aqui na Associação Comercial de São Paulo temos um dirigente do futebol campeão, o Dr. Márcio Aranha, a quem todos nós, funcionários da Casa, admiramos e respeitamos.
O São Paulo Futebol Clube nasceu no Clube Atlético Paulistano há muitos anos. Sua carreira no futebol estipendiado não foi segura até o momento em que foram assentadas definitivamente as suas bases, com o grande estádio do Morumbi.
O futebol, como vem sendo dito muitas vezes, é o esporte das multidões e há torcedores que chegam aos tiros contra seus adversários, ainda que amigos. Na Copa do Mundo, em dias de jogos, todas as atividades são paralisadas para atender ao entusiasmo dos torcedores, que não querem perder a um único passe das jogadas. E o futebol paulista está excelentemente bem representado por todos os seus clubes, sob a liderança do São Paulo.
O Brasil teve um atleta mundial no futebol, o conhecido Pelé, cujo nome atravessou todas as fronteiras e hoje é pronunciado com ênfase e aplausos em todo o mundo. Mas no passado teve também grandes craques, como Arthur Friendenreich, um ás adorado pelas multidões, como agora os novos ídolos são aplaudidos pela torcida ululante das novas gerações ao entrarem nos estádios. O futebol tem o valor de uma descarga psicológica. Basta uma vitória do clube querido para apaziguar rancores de amigos que se gostavam.
O futebol fez a grandeza da imprensa e, em especial, da imprensa esportiva, sobretudo os jornais diários dedicados às estrelas futebolísticas. Os que deixam o jogo quando a idade aconselha a saída honrosa deixam também numerosos torcedores inconformados em perder o jogador admirado e aplaudido. O Brasil tem uma dívida para com o futebol e é por isso que lhe dedico um editorial do nosso jornal.
Diário do Comércio (SP) 8/8/2007