Em dia da semana passada, antes do almoço, minha enteada perguntou-me se eu já havia assistido na Rede Globo a algum capítulo do seriado biográfico sobre Juscelino Kubitschek. Foi para mim uma surpresa saber desse feito televisivo sobre Juscelino, pois assisto muito pouco à televisão. Juscelino não esperava essa consagração, de resto bem merecida.
Juscelino tomou posse em 1955 com o slogan "Cinqüenta anos em cinco"; a maioria da população não acreditou, pois geralmente promessa de político não tem merecido crédito. Mas o que se viu depois do dia da posse foi o cumprimento da promessa, com a qual Juscelino acreditou ficar bem com a opinião pública.
Juscelino foi um político e um cidadão portador de alguns notáveis predicados, dentre eles cito o de saber escolher os assessores e os colaboradores como, por exemplo, o grupo que elaborou o Programa de Metas , todo ele realizado. Teve com ele o cérebro notável do meu saudoso confrade na Academia, Roberto Campos.
Entre outros predicados, cite-se o otimismo, a simpatia pessoal, a crença no seu destino e a confiança inabalável em si mesmo. Foram esses predicados e outros mais, que não vou citar, que fizeram de Juscelino o mais dinâmico, o mais arrojado, o mais ambicioso presidente de toda a história republicana brasileira.
O seriado da Rede Globo vem num momento oportuno, pois dá à opinião pública a oportunidade de cotejar homens públicos de alta posição, uns vitoriosos e outros não.
Insisto, pois, em afirmar que faz um bem enorme ao Brasil a Rede Globo lembrar Juscelino.
Diário do Comércio (São Paulo) 11/1/2006