Apesar da advertência do deputado federal Eduardo Bolsonaro de que sua briga com o líder do PSL no Senado, Major Olímpio, deve ser tratada internamente — “roupa suja se lava em casa” —, os dois não têm feito outra coisa senão expor publicamente os podres do partido ao qual pertencem. Eles são uma mostra do clima beligerante, ao se acusarem e se xingarem como se fossem velhos inimigos, e não correligionários.
O senador afirma que os “filhos são 90% dos problemas do presidente”, já que têm “mania de serem príncipes”. Ele não poupa nenhum dos três zeros à esquerda: 01 (Flávio), 02 (Carlos) e 03 (Eduardo). A este último, ele acusa de jogar o pai contra o partido. Aliás, as divergências entre si dos três são também cada vez mais frequentes.
Antes, tinha vazado um segredinho em que Bolsonaro aconselhava um apoiador que o abordara na rua a “esquecer o PSL”. Dizia também que Luciano Bivar — alvo de operação da Polícia Federal ontem — estava “queimado pra caramba”.
Mas o clima esquentou mesmo quando Carlos subiu ao ringue e introduziu ofensas do tipo “cadela no cio”, “canalha”, “bobo da corte”, “laia”, fora os “atributos que merece, pois seria injusto com o vaso sanitário”. O major revidou aconselhando o presidente a “providenciar a internação psiquiátrica” do filho que, não por acaso, ele apelidou de “pit-bull”. O pai não fez isso, mas encabeçou com 20 deputados e seu 01 um documento cobrando de Luciano Bivar, responsável pela sigla, a devassa nas contas partidárias — rigor de transparência que não foi usado com o ministro do Turismo, já denunciado pelo Ministério Público. A estratégia pode permitir a “desfiliação por justa causa”, ou seja, deixar a legenda sem perder o mandato e garantindo a transferência do milionário fundo partidário de mais de R$ 100 milhões para a agremiação à qual se transferirem. O PSL é a cara da “nova política”: mais do que partido, é um rico laranjal. O pior são as suspeitas de que recursos desse esquema teriam abastecido, por meio de caixa 2, até mesmo a campanha presidencial.