Agrava-se, cada vez mais, a guerra entre israelenses e palestinos, sem que se visualize no horizonte das duas nações um acordo que tenha efetiva duração e permita que as duas partes em conflito possam viver e trabalhar em paz. Israel, é, evidentemente, mais forte do que os árabes palestinos. Com suas dimensões do nosso Estado de Sergipe, Israel é uma potência mundial, não só pelos judeus espalhados pelo mundo, prolongando a diáspora, como pela alta qualidade de sua educação e meios científicos.
Mas os palestinos não vão nunca se conformar em terem perdido o território que ocupavam há dois milênios, no qual foi instituído em 1948 o Estado de Israel, que acolheu os judeus do mudo inteiro. Mas nada poderão fazer contra seu poderoso suzerano, que conta com um arsenal de alta expressão e guerreiros que se revelaram estrategistas admiráveis, como vimos em 1967 e estamos vendo agora. O chefe da Autoridade Palestina, Yasser Arafat, pouco poderá fazer, sobretudo por não contar com apoios externos.
Se me perguntarem o que penso, não saberei responder, pois tudo o que os Estados unidos poderiam fazer para levar a paz ao minúsculo território já foi feito e desobedecido em pouco tempo. Os judeus já não são os mesmos dos tempos heróicos da ocupação do território. Milhares laicizaram-se, embora continuem a afirmar "em Jerusalém no ano que vem", para reafirmar sua fé na conquista definitiva das terras que lhe couberam pela ONU, e pelo bater de martelo na mesa de Oswaldo Aranha, então na presidência.
É tudo uma pena. É mais uma guerra, neste mundo de guerras, que desmentem o pobre Fukuyama, para quem, segundo a lição de Hegel, a História havia terminado, quando ela está em plena efervescência e vitalidade, sobretudo para manter o mal vivo entre as nações, não obstante as uniões comerciais já estabelecidas. Deus tenha piedade dos povos ameaçados de aniquilamento no teritório que Israel ocupa com os palestinos. E uma solução seja encontrada para os seus habitantes.
Diário do Comércio (São Paulo - SP) em 06/04/2002