Me chamam:
- Pai, você por favor não saia. Por nada deste mundo.
- Vô, cuidado, não ponha os pés na rua
- Pai, nem chegue ao elevador.
- Vô, nem passe de porta.
- Pai, lave as mãos o máximo que puder.
- Vô use álcool-gel e sabonete e água.
- Tio, não ponha a mão na boca nem nos olhos.
Começamos a rir, Marcia e eu, lembrando aquelas recomendações que fazíamos aos filhos:
- Voltem até à meia-noite.
(Na minha juventude, 18 anos, o limite era dez da noite)
- Cuidado com as companhias.
- Não fiquem de madrugada namorando no portão.
- Não bebam.
- Não dirijam se beberem.
E às crianças recomendávamos: tire a mão suja da boca. Eles odiavam as precauções nossas. Hoje amamos as precauções deles. Algo está mudando.
Mas precisava ser assim?
Inversão
Portal da ABL, 23/03/2020