Somos penta campeões do mundo no futebol. Provavelmente, seremos o hexa possuidor da taça próxima. Mas onde ninguém nos tira a posição que conquistamos é na coluna dos impostos. Chegamos ao campeonato mundial em lugar de relevo, com 38,11% do PIB sobre as costas de todos os brasileiros, uma carga para grande quantidade de muares e, assim mesmo, insuportável para as nossas fracas poupanças.
Se querem uma das razões porque é iníqua a distribuição de renda no país, com milhões vivendo miseravelmente ou com preocupações de salários ou renda - embora salário não é nada, como afirmava Franco Montoro - está aí, na tributação excessiva, nos 38,11% do PIB, mais do que a maioria dos países do mundo, como temos procurado demonstrar em sucessivos editoriais e reportagens, comentários e entrevistas.
Quando veio o PT, embora não tivéssemos posição partidária, supusemos que a carga tributária iria diminuir. Enganamo-nos, por isso que todos se enganam quando se voltam para o governo à espera de soluções. O que desde logo fez o PT, Partido dos Trabalhadores, portanto dos abandonados ao ostracismo da pobreza, foi engordar o Tesouro com nomeações de milhares de apaniguados, que trabalharam na fase pré-eleitoral para garantir sua vitória.
Não temos esperança de que venha a mudar a situação do imposto, embora continuemos a nossa campanha, com o mesmo ardor da primeira, inaugurando a nova fase do jornal. Ainda poderemos ver o peso dos impostos sobre o brasileiro, menos do que a presente. Será no dia em que o poder estiver nas mãos de estadistas, que cumpram um programa eficiente de redução dos tributos, para aumentar a capacidade de poupança do povo e, assim, do desenvolvimento nacional.
Diário do Comércio (São Paulo) 14/10/2004