Confusões os dois primeiros ocupantes do MEC, no governo Bolsonaro, arranjaram à vontade. E os problemas essenciais foram deixados de lado, como se tivéssemos tempo para isso. Agora, que foi nomeado o professor Carlos Alberto Decotelli, cuja origem é a Fundação Getúlio Vargas e a Escola de Guerra Naval, parece que vamos encontrar um ambiente mais propício ao enfrentamento adequado dos grandes desafios do Ministério da Educação.
A Associação Brasileira das Mantenedoras de Ensino Superior, presidido pelo professor Celso Niskier, afirmou esperar que “o novo Ministro tenha um olhar diferençado para as políticas de inclusão, que precisam ser implantadas e/ou aperfeiçoadas.” A ABMES tem uma excelente impressão do novo titular, uma pessoa bastante técnica do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, e isso já o credencia.
Segundo suas primeiras palavras, o professor Decotelli, que é formado em Ciências Econômicas na UERJ, pretende fazer do diálogo um objetivo da ala militar do governo.
A primeira preocupação, naturalmente, será a reativação das aulas, o que acontecerá assim que a pandemia der os sinais de controle adequado. Tem em mente, de todo modo, a necessidade de apetrechar as escolas com o ferramental devido, sobretudo no que se refere ao emprego da Internet. O novo ministro tem consciência de que boa parte das escolas públicas não dispõe de que é necessário, sendo essencial o apoio do governo central. E isso certamente não se poderá fazer da noite para o dia, sendo importante recorrer ao entendimento com as secretarias estaduais de educação, para se obter bons resultados. Ampliar o diálogo se coloca desde logo como objetivo da nova gestão.
Outro desafio é a votação do novo Fundeb. Ele representa a presença da educação em 4.800 municípios, com os recursos necessários. Para o êxito da iniciativa o sistema deve passar por muitas conversas, envolvendo parlamentares de diversos partidos. Será um grande exercício de habilidade política.