–Alô! Você está aí?
– Evidente que estou. Se não estivesse, não estaria...
– Não esquenta. Estou aqui pra quebrar o galho...
– Que galho?
– Aquele!. A coisa está indo.
– Que coisa está indo?
– Aquela.... já falei com o cara...
– Ele topou?
– Apenas um problema. Ele quer mais.
– É preciso cuidado. Ele pode dar o fora.
– Não, está muito amarrado. Eu tenho provas...
– Você ficou com as fitas?
– É lógico. Não se pode confiar em ninguém. A coisa está braba... a Polícia Federal já descobriu o pacote...
– Que pacote?
– Aquele que você me entregou...
– P... que pariu! Vou procurar meu passaporte...
– Ainda não precisa. Temos uma alternativa...
– Que alternativa?
– Dar mais... inclusive para aquele cara...
– O Pimentel? Ele topa?
– Todo mundo topa. O problema é saber quanto...
– Pô! A coisa está saindo muito cara... você acha que vai dar certo?
– Certíssimo. Está tudo pronto, só falta o biscoito...
– Que biscoito?
– Aquele verdinho, com a cara do Washington....
– Com a cara do Lincoln não serve?
– Serve. Só não serve a do Bush que ainda não existe...
– Tá bem, amigão. Vou tomar providências. Amanhã a gente se fala...
– Falar não adianta. O cara tem pressa.
– Entendido. Farei o que puder. Confia ewm mim.
– Confio desconfiando. Nunca se sabe....
Jornal do Commercio (RJ), 28/7/2009