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Gastos com brancos

 

O governo despendeu cerca de quatro bilhões de reais para acudir os bancos Nacional, durante certo tempo de Magalhães Pinto, e também o Econômico, cujo proprietário me escapa da memória tal a sua insignificância.


Mas o que importa é a enormíssima soma do Proer com que o governo pretendeu salvar os depositantes, que haviam escolhido esses bancos e outros para receberem seus haveres e conduzirem suas operações com os estabelecimentos. Foram quatro bilhões, ou quase, soma essa que seria bem aplicada se tivéssemos governos interessados no bem comum e não nas tramas político-partidárias.


O Proer foi duramente criticado quando o governo decidiu por seu emprego na tábua de salvação dos bancos mal dirigidos, mal administrados, mal servidos de pessoal, dirigente na proporção de suas responsabilidades. Não sabermos se os filhos de Magalhães Pinto e seus herdeiros saíram ganhando da crise que levou seu banco à falência, mas em geral numerosos têm sido os comandos de bancos que se enriquecem e deixam o bolo infeccionado para o poder público dele se ocupar, a fim de salvar a situação da praça onde atuam os bancos e evitar mal maior.


A profissão de banqueiro parece estar atualmente estabilizada. Não há, ao que nos conste, outros semelhantes aos filhos de Magalhães Pinto e ao proprietário do controle do Banco Econômico, cujo nome não me ocorre, ainda que me esforce para retirá-lo do limbo do esquecimento.


É oportuno comentar aqui o que entendemos por profissão de banqueiro. No momento, felizmente para os milhões de clientes de bancos, estes vão bem, e não corre nenhum boato como o que atingiu há poucos meses o Banco Santos, ainda com o Banco Central inspecionando-o, para tomar uma decisão definitiva sobre esse banco, com resultado ainda não concluído. O sistema bancário brasileiro é sólido e dirigido por expoentes da administração eficaz, portanto, benéfica.


O Proer já encerrou suas operações há muito tempo, quando se mostrou oportuno o governo apurar no que tinha de gastar, ao todo, para limpar o campo, o que fez com precisão, no interesse dos milhões de clientes dos estabelecimentos. Não se vê interesse dos atuais responsáveis pela área econômica por uma reprodução do Proer, sinal de que os responsáveis pelo Banco Central adotaram outra política para servir a nação num sistema altamente sensível, o bancário. Muito bem.


 


 


Diário do Comércio (São Paulo) 27/04/2005

Diário do Comércio (São Paulo), 27/04/2005