A saída do governo Bolsonaro dos comandantes das Forças Armadas foi simbólica, e uma demonstração de que não aceitam e não querem a política nos quarteis. O general Braga Neto, novo ministro da Defesa, também não me parece disposto a entrar nesse jogo político. Foi interventor no Rio e fez um trabalho correto, sem excessos e acho que não vai nem tentar fazer com que os comandantes entrem numa eventual aventura política liderada por Bolsonaro. Acho que ainda vai haver muita disputa do presidente com os novos comandantes.
Bolsonaro fez muitas ações políticas inconcebíveis de serem apoiadas pelas Forças Armadas, e chegou a um limite. A intenção dele de ter principalmente o Exército ao seu lado chegou a ser explicitada em conversas e não recebeu o apoio que considerava necessário e merecedor.
Forças Armadas discutem sucessão
O Globo, 31/03/2021