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Fim do apagão

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tem a palavra fácil, disse que agora o apagão do transporte aéreo está encerrado. Não sou tão otimista quanto o chefe do governo demonstra ser, pois o apagão pode voltar quando menos se espera e novamente paralisar os vôos do transporte aéreo brasileiro. Esse problema é antigo.


Sabe perfeitamente bem o presidente Lula que o sindicalismo está atuante e não vai deixar de estar atuante enquanto o presidente da República for um sindicalista destacado. O apagão foi resultado de um movimento sindical e reivindicou o aumento salarial - o que todos os sindicalistas fazem sempre - até conseguirem o que queriam. Usam deste direito quando lhes parece oportuno e paralisam os vôos no Brasil contra o interesse de milhares de passageiros. Fui ao Rio para uma sessão da Academia Brasileira de Letras e notei atraso na partida do vôo de São Paulo, e na volta também.


Observador que sou, constato que o apagão não foi inútil, pois as aeronaves , saindo com atraso tanto de São Paulo quanto do Rio de Janeiro, ganharam velocidade no trajeto entre as duas capitais. Reconheço que houve períodos diferentes e muito mais graves na Ponte Aérea. Uma vez recuperado o atraso, tudo correu mais ou menos em ordem no transporte de milhares de passageiros que aguardavam na ante-sala o chamado para embarque.


O Brasil carece de um sistema de transporte aéreo bem organizado, pois o País é grande e a viagem aérea tornou-se uma comodidade à qual o Poder Público deve dar atenção. Seja com a Aeronáutica ou com uma agência civil, a reorganização do transporte aéreo deve ter prioridade.


Diário do Comércio (SP) 10/4/2007