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Essa MP 232

 

Todos sabem que os acadêmicos têm o dever de respeitar a língua, evitando erros de gramática, mas, sobretudo, não usando gíria de espécie nenhuma, inclusive em língua estrangeira. Mas, eu direi que é preciso expulsar dos meios de comunicação, com a sua derrota, a maldita MP 232, que eleva os impostos e vai, ainda mais, oprimir os menos favorecidos, os pobres, enfim, e, mais ainda, os mais pobres, sobre os quais tomba como uma mole de chumbo o peso insuportável dos impostos, como são cobrados pelos governos brasileiros.


Quem acompanha neste jornal a campanha que fazemos contra a MP 232, sabe já de cor, mesmo, o que é essa megera, urdida pelo poder federal, no caso Lula, que, parece, teve um surto de bom senso e vai cuidar, antes de qualquer aumento, fazer uma reforma de modo a diminuir os gastos do poder federal, sobretudo as mordomias e os esbanjamentos sem critério nenhum, como se o dinheiro arrecadado fosse dele e não do povo, de todo o povo, contribuinte generalizado.


O imposto é devido, não esse, que veio contra o contribuinte como uma ameaça, mas é devido para que o governo possa governar segundo suas prerrogativas e seus planos. Até aí estamos de acordo. Só não estamos de acordo com a maldita MP 232, que exagerou na dose e quer despojar os brasileiros, principalmente os pobres e os mais pobres, do pouco que têm para viver, e querem - os do governo - que eles vivam ainda pior, exatamente um governo que fez promessas mirabolantes durante a campanha eleitoral.


Pelo vulto alcançado na campanha contra a MP maldita, que, graças ao nosso jornal chegou a vários estados do País, estamos certos de que o surto de bom senso que beneficia, neste momento, Lula, como presidente, vai dar certo, e se fará uma reforma tributária razoável, compatível com as necessidades, mas levando em conta o estágio econômico-financeiro de todas as classes, mas, de preferência as menos favorecidas.


Não é querer muito, é o possível, num estudo comparativo de classes, governo e capacidade de reter um pouco para a poupança, até onde for possível. Se chegarmos onde pretendemos na nossa campanha nos daremos por satisfeitos, pois o nosso propósito foi servir ao povo, ao contribuinte, ao pagante, direta e indiretamente. É isso.


 


Diário do Comércio (São Paulo) 30/03/2005

Diário do Comércio (São Paulo), 30/03/2005