Durante o transcurso do governo de Fernando Henrique Cardoso escrevi alguns artigos em defesa da Amazônia, procurando destacar a nota dominante da grandeza da região e da necessidade de que aquele patrimônio florestal de alta importância científica e econômica seja preservado.
Sugeri, sem entrar em detalhes, evidentemente, por não ser minha área, que o governo de Fernando Henrique Cardoso criasse um exército da Amazônia para atuar na defesa daquele gigantesco e inestimável bem nacional.
As notícias que nos chegam da Amazônia dão conta do perigo que corre a região com a expansão imoderada e perigosa da ocupação das terras aráveis e agricultáveis. Tenho para mim que já está ficando tarde para o governo adotar medidas enérgicas e se opor à exploração predatória da grande área ainda florestal.
Sabe-se que a flora amazônica ainda não foi toda catalogada, as reservas florestais ainda são imensas e os rios, principalmente o Amazonas, não podem ser abandonados pelo Poder Público, que é o defensor natural de sua grandeza.
Enfim, a Amazônia é um problema muito complexo que, se não for defendido e resolvido, em poucos anos terá no lugar da floresta a areia de um deserto, réplica do Saara.
Sirva de exemplo para o governo atual e para os governos que irão sucedê-lo, que têm ainda tempo para salvar a Amazônia. Na realidade, o Brasil tem sido vandalicamente destruído, como provam a cobertura florestal de grande parte do território brasileiro.
Em suma, é preciso salvar à Amazônia!
Diário do Comércio (São Paulo) 21/11/2005