Rio - No ano passado, foi lançada a proposta denominada “Educação Já!”, com o objetivo de propor medidas que, caso sejam implementadas, serão capazes de promover um salto de qualidade na educação básica brasileira, no período de 2019 a 2022. Trata-se de uma iniciativa suprapartidária, liderada pelo Movimento Todos pela Educação, em parceria com outras organizações e especialistas do setor. O documento apresenta uma proposta de estratégia nacional a partir dos conhecimentos consolidados pela literatura científica nacional e internacional, e também pelos resultados das pesquisas de opinião junto a professores e alunos. Da mesma forma, foram levadas em conta as experiências exitosas no Brasil e no mundo.
O trabalho apontou um conjunto de macrodiretrizes, organizadas em três grandes eixos, que se propõe a nortear a política educacional em todos os níveis de governo, a médio e longo prazos, para resolver os graves problemas que sabemos existir na educação básica (8 a 12 anos). São sugeridas medidas importantes, como a garantia de oferta de recursos e programas pedagógicos essenciais em todas as redes de ensino (eixo 1), reorganização de todo o modelo educacional atual, a partir de um Sistema Nacional de Educação (eixo 2) e políticas para primeira infância, infância, adolescência e juventude (eixo 3).
Para o Movimento Todos pela Educação, é preciso que a educação básica ganhe prioridade na agenda política brasileira, levando-se em conta que isso é fundamental para o desenvolvimento do país. Sem a preocupação de adequar-se à linguagem de discursos políticos ou de campanha eleitoral, o conteúdo da proposta é basicamente técnico, buscando apenas o fornecimento de subsídios para que os gestores promovam as mudanças com a maior urgência possível.
O diagnóstico apresentado pela instituição não é dos melhores: nossas crianças e jovens não estão aprendendo tanto quanto deveriam. Para superar essa triste realidade, é preciso levar a cabo uma estratégia robusta, que parta de uma visão holística e realize mudanças estruturantes. Não podemos esquecer que a educação pode impactar de forma positiva a economia do país, reduzindo a pobreza, gerando empregos e melhorando a expectativa de vida da população. Por isso, a ideia de uma estratégia nacional para a educação básica, que sirva de referência para os próximos governantes, deve ser saudada como uma boa opção para que o país melhore os índices de qualidade nesse importante setor e ao mesmo tempo consiga diminuir a recessão que se arrasta há alguns anos.
A força do documento “Educação Já!” está não só no conteúdo individual de cada proposta, mas também na articulação entre elas. Ou seja: é na conexão e na coerência entre as diretrizes e prioridades que está, precisamente, aquilo que entendemos ser inovador. Caso as sugestões sejam acatadas, acreditamos que poderemos reverter o cenário negativo que os números apontam para o nosso setor educacional e finalmente iniciar um caminho que nos leve a um futuro melhor.