Na sociedade contemporânea, as modernas tecnologias de comunicação e as redes sociais proporcionaram um poderoso ambiente democrático de socialização, de onde podemos retirar informações e recursos, assim como conhecer e explorar novos modos de pensar e de se expressar.
Existe um longo caminho a ser percorrido para que se tenha a educação como agente de transformação e sustentação da sociedade brasileira. No mundo, há uma corrida pela melhoria da educação. No Brasil, ainda não alcançamos as metas, nem na escola particular.
A comunicação digital cresce espantosamente. O Brasil tem 82 milhões de internautas. Temos hoje 60 milhões de alunos frequentando as escolas brasileiras, em todos os níveis. Cerca de 33% da população, o que representa um número bastante expressivo. O ensino cresceu muito, nos últimos anos, sobretudo no fundamental. Mas quais são as perspectivas para o futuro?
Temos que melhorar os índices de atendimento à educação infantil (há mais de 20 milhões de brasileiros entre 0 e 6 anos, dos quais somente 6,3 milhões são atendidos de alguma forma); aperfeiçoar a qualidade do ensino fundamental, depois de alcançada a sua universalização (há 53 milhões de matrículas no ensino público); evitar os fenômenos de evasão e repetência no ensino médio, onde temos 7,2 milhões de estudantes, e valorizar a vertente profissionalizante, uma obrigação dos poderes públicos, com a devida colaboração da iniciativa privada; ampliaras oportunidades, sobretudo em novas profissões (Educação Ambiental, Tecnologia da Informação, Energias Limpas), no ensino superior, dobrando o número dos atuais 5,9 milhões de alunos; manter a excelência da pós-graduação, reconhecida internacionalmente como de boa qualidade. Isso terá influência decisiva na ampliação do número de cientistas brasileiros.
Ninguém pode ser contrário a qualquer das diretrizes incluídas no novo Plano Nacional de Educação. O problema preocupa no capítulo das 20 metas e estratégias, quando há uma inquietante quantificação dos objetivos a serem alcançados. Isso já foi tentado em outras vezes, sempre com resultados desastrosos. Há itens viáveis e outros francamente fantasiosos, o que poderá nos levar, novamente, a uma grande frustração.
Não será difícil alcançar a universalização do ensino de 4 a 17 anos, de resto prevista na Emenda Constitucional n° 59, de 2009. Também é possível alfabetizar todas as crianças até 8 anos de idade. Para que tudo isso ocorra, o país deve se voltar, com firmeza, para a formação e o aperfeiçoamento de professores e especialistas, inclusive com a adoção criteriosa da modalidade de educação à distância, onde hoje temos mais de I milhão de estudantes. Esse número, para uma população estimada de 202 milhões de habitantes, em 2016, deverá ser quadruplicado, pois o sistema comporta esse crescimento. Aborda-se a necessária ampliação do financiamento estudantil, que já é um sucesso no nível superior, e do Programa Universidade para Todos (Prouni). Espera-se desenvolver cada vez mais as tecnologias pedagógicas existentes no mundo desenvolvido e, com isso, aumentara taxa de alfabetização e a escolaridade média da população, oferecendo educação em tempo integral (uma velha reivindicação) a, pelo menos, 50% das escolas públicas de educação básica. Fala-se também em garantir políticas de combate à violência nas escolas e na construção de uma cultura de paz, ampliaras matrículas na educação de jovens e adultos a induzir a melhoria da qualidade dos cursos de pedagogia e licenciaturas, além de valorizar a Universidade Aberta do Brasil (UAB). Como se vê são bonitos sonhos. Há que se monitorar a execução para que se transformem em realidade.
Folha Dirigida (RJ), 2/5/2013