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Educação cada vez pior

 

Toda vez que se aborda um plano de governo, em que nível for, surge a expressão qualidade do ensino.  Com razão, pois temos tido alguns êxitos no que se refere à quantidade, sobretudo no ensino fundamental, mas é lamentável a questão  da qualidade, por motivos diversos.  Chegamos a ser a sexta economia do mundo.  Fica difícil melhorar de posição, com o atual  panorama da educação.

Há quem não goste das sucessivas avaliações a que é submetida  a educação brasileira.  Os argumentos são em geral ridículos.  Já houve quem dissesse que é uma forma fascista de levar nossos alunos a esses testes, o que é um evidente exagero.

Passamos de uma fase em que a escola era risonha e franca, para um controle necessário, facilitado pelo uso massiço de tecnologias educacionais.   Não fora isso, como saber que a Matemática, por exemplo, nunca esteve em nível tão baixo? A despeito da sua necessidade cada vez maior, dada a expansão notória da inclusão digital.

Queremos nos referir ao  Prova  Brasil, com dados relativos ao ano de 2013.

A posição da  ciência do raciocínio involuiu da média nacional de 244,7 em  2011 para 244,41 em 2013, ano  do último exame.  Analisando o comportamento dos Estados, verifica-se que houve notas mais baixas em 17 deles, considerado o 9º ano do ensino fundamental público.  A maior perda foi em Santa Catarina, onde ocorreu um fenômeno digno de registro: piorou 7,89 pontos em Matemática e 3,48 pontos em Português.  A causa teria sido a aplicação da fatídica aprovação automática, segundo explicação oficial.  Isso já foi abandonado naquele Estado.

A média nacional de Português melhorou 1,14 ponto (de 238,7 para 239,84).  Mas 40% dos alunos concluem o ensino fundamental sem saber interpretar textos.  Houve notas mais baixas, no período de dois anos, em 10  Estados.  O fenômeno positivo ficou por conta de Goiás, que cresceu 9 pontos em Português e 7,95 em Matemática.

No 5º ano, 14% dos estudantes não conseguem fazer uma conta de multiplicação com dois algarismos.  O que se pode esperar desses alunos?

É claro que tudo tem uma explicação: é preciso maior cuidado  com a  frequência dos alunos e uma boa assistência dos professores para tirar as dúvidas.  Adotando esse procedimento, Goiás passou para o 3º lugar em Português e Matemática, somente atrás de Minas Gerais e Rio Grande do Sul.

Há certos fatos em educação que não admitem contestação.  Professores bem preparados, com elevada autoestima e salários mais dignos, sem dúvida, oferecem melhor trabalho e as consequências  podem  ser medidas nas provas dos seus alunos.

Enquanto for  precário o panorama vigente, vamos continuar a dar vexame nos exames internacionais, como acontece sistematicamente no Pisa. Uma tristeza!

Folha Dirigida, 27/01/2015