Noticiou o Diário do Comércio que Marta Suplicy deixa uma dívida de mais de l bilhão de reais, ferindo, com essa divisa, a Lei de Responsabilidade Fiscal. É grave, portanto, a situação da ex-prefeita, que estava certa, no exercício do cargo, primeiro que venceria a eleição para outro mandato e, segundo, que estava acima de legislação como a Lei de Responsabilidade Fiscal, que não deve pegar somente os pequenos, prefeitos de cidades sem o peso da capital paulista.
A ex-prefeita não está acima da lei, ainda que conte com proteções sólidas no círculo do poder federal e, mesmo, municipal. A Prefeitura de São Paulo está, como se sabe, portanto, arrasada. Demonstra-o a passeata de funcionários pelas ruas do centro da cidade, empunhando cartazes de apelo à titular do cargo até 31 de dezembro, com o pedido de pagamento do décimo terceiro salário.
A ex-prefeita incorre, segundo os comentários sobre o exercício do cargo nas penas da lei, uma das quais consiste em retirar-lhe o direito de exercício de cargo público por um determinado período de tempo. Seria o castigo de quem se supôs sobranceira aos imperativos legais, excepcionalmente a Lei de Responsabilidade Fiscal, que foi posta em vigor exatamente para impedir os gastos desordenados pelos prefeitos do interior, sobretudo de cidades médias e pequenas.
Segundo o noticiário, Marta Suplicyestá metida num cipoal de dificuldades, e, ao deixar a Prefeitura no dia primeiro de janeiro, quando passou o poder a José Serra, terá que responder pela infração da Lei de Responsabilidade Fiscal, que poderá lhe ser desfavorável à carreira política na qual ela sente-se muito bem, e quer continuar, não obstante o malogro da reeleição, com a qual ela contava, certíssima de ser reeleita. É aguardar agora para ver o que lhe acontecerá quando na expectativa de ser aproveitada.
Diário do Comércio (São Paulo) 04/01/2005