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Dilma e Palocci

 

A independência que a ministra Dilma Rousseff demonstra ter no exercício de suas funções ministeriais e nas suas opiniões sobre o ministro Palocci e o exercício de suas funções, deve estar apoiada numa força superior que não pode ser outra a não ser a do presidente Lula da Silva.


Pode-se, para não implicar Lula nesta estranha independência, admitir que a guerrilheira Dilma Rousseff age como entende que deve agir, não só no exercício de suas funções ministeriais como nas opiniões francas de sua autoria e não determinadas por via superior. Evidentemente, um governo que se preze não pode ter em seu seio divergências que vão alcançar a política dirigida pelo ministro da Fazenda no interesse geral da Nação e de sua estrutura econômico-financeira.


Sem dúvida, esse é um problema de autoridade e quem deve expressá-la é o presidente Lula da Silva, como acaba de fazer ao convocar os dois ministros para um vis-á-vis .


Lula fez bem, pois estima Palocci e entende que o ministro é necessário no comando da política econômico-financeira, e também, sua preferência pela ministra da Casa Civil deve ter vínculos antigos, que vêm de época remota, na luta contra o governo dos generais.


Em suma, o ministério deste e de outros governos e impérios não poderia e não deveria ter rupturas como essa, provocada pela ministra da Casa Civil, que o ministro da Fazenda estoicamente suportou com paciência até agora. Esse fenômeno nos dá a face da crise de governabilidade do mandato de Lula. O presidente tem que harmonizar os contrários que se manifestarem no ministério e na composição geral do governo.


Em conclusão, O Brasil precisa de harmonia política , como foi muito bem estudada num passado remoto pelo autor do livro deste título e Da arte de furtar , o venerável Antônio de Souza de Macedo.




Diário do Comércio (São Paulo) 29/11/2005

Diário do Comércio (São Paulo), 29/11/2005