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Diálogo com o povo

 

Temos a sensação de que já foi mais fácil ser representante do povo nas casas legislativas. Era menos gente envolvida, responsabilidades mais acanhadas, menos exigências. Hoje, é preciso louvar os que têm a coragem do sacrifício, embora o reconhecimento esteja longe de ser sequer razoável.


Acompanhamos há bons anos a carreira de Jorge Picciani, na Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro. Só de PMDB ele tem mais de 10 anos, fugindo ao hábito da troca sucessiva de partidos, o que deixa o povo, de certa forma, embaralhado com a questão de estilos e convicções, sem contar a ideologia. Picciani tem uma tradição e o respeito dos seus pares, tanto que foi presidente da Alerj e agora retorna à presidência, numa eleição garantida. Isso não é para qualquer um.


Numa conversa com ele, sentimos a seriedade dos seus projetos e o empenho de envolver os herdeiros políticos, como é o caso do filho Leonardo, no mesmo modo de servir. O que mais nos chamou a atenção foi o cuidado com a representatividade dos prefeitos, aos quais busca atender com um carinho especial. Afirma ser essa a sua obrigação - e por isso é reconhecido.


Outro aspecto que se destaca, no exame da gestão de Jorge Picciani, é a paixão pela mídia eletrônica. Estreou o canal a cabo, assegurando uma nova fase nas relações da Assembléia com a população: "Trata-se de um instrumento a serviço da democracia, permitindo fiscalizar o desempenho e a assiduidade dos deputados estaduais." Breve, segundo se afirma, virá também a TV aberta, ampliando o acesso a essas informações, com a característica primordial da interatividade, ou seja, o povo participará dos debates e das sugestões, não ficando como mero espectador de um processo que precisa ser mesmo dinâmico.


Lembramo-nos do quanto eram ouvidas as sessões da Câmara de Vereadores, há 50 anos. Quando havia tempo, era gostoso sintonizar na Rádio Roquete Pinto, para acompanhar os grandes oradores da época, como o inesquecível político Luís Paes Leme. E o Rio era bem mais simples do que hoje, sem tantos problemas de saúde, saneamento, proliferação de favelas, etc.


Modernizar-se o legislativo fluminense - e ganhamos todos. Louve-se igualmente a decisão do deputado Jorge Picciani no que se refere ao fórum permanente por ele criado. Há duas vertentes essenciais nesse trabalho: estimular a expansão da economia fluminense, em íntima cooperação com o Governo estadual, e descobrir novas vocações regionais, para o quê é intenção do presidente da Alerj dar o apoio possível às ações desenvolvidas pelas Secretarias Estaduais. Infra-estrutura, comércio exterior, cultura, indústria, legislação e responsabilidade social serão atividades compartilhadas, com evidente ganho geral.


A razão desse entusiasmo não é o fato de ser um empenho inusitado do Legislativo fluminense, mas a criação de um clima nem sempre existente de cooperação harmoniosa, sem que se desprezem as diferenças existentes. Elas serão sempre respeitadas, mas com a prevalência do interesse público. É a missão primeira e mais importante da Escola do Legislativo, outra bela criação da nova casa. Serão formados especialistas em Direito, Finanças e Políticas Públicas, além de Administração, para servir de apoio à produção de leis e projetos em defesa da população do Estado do Rio de Janeiro.


 


Jornal do Commercio (Rio de Janeiro) 07/02/2005

Jornal do Commercio (Rio de Janeiro), 07/02/2005