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Depois de Sharon

 

A conceituada revista The Economist dedicou em número recente o principal artigo de capa ao Oriente Médio: Depois de Ariel Sharon .


Sharon encarnou um momento decisivo na história do povo de Israel e da Palestina. Sabemos todos que depois que o martelo de Osvaldo Aranha bateu na mesa da ONU, para anunciar a criação do Estado de Israel, em 1948, a região da Terra Santa não teve paz.


Fiz entrevista com a importante primeira-ministra Golda Meyer e acentuei nas suas declarações que a disposição do povo eleito era inabalável e incontornável. Segundo ela, Israel fôra criado para fundar e dar a sua contribuição à paz do mundo até onde fosse possível. Na mesma época, fui visitar o contingente da ONU no deserto, sob comando do general Sizeno Sarmento, por quem fui recebido com grande e bem brasileira amabilidade.


Vê-se que a história dos dois povos no confronto do Oriente Médio é uma peça de crises sucessivas que, não raro, causam decepções e desesperanças.


Ariel Sharon fez o que podia para defender o Estado de Israel, ainda que seus métodos fossem criticados pela imprensa mundial. Não há como negar que a situação do Oriente Médio é imprevisível e o sucessor de Sharon deve ser um político de vasta experiência - e os há em Israel -, para continuar a obra de pacificação até onde seja possível. Seria o ideal a paz aceita pelas duas partes, a fim de que a Terra Santa pudesse ser aberta às correntes de peregrinos pela paz perpétua, com as bênçãos de Deus. Mas, na nossa perspectiva, esse ideal ainda é de um sonho de uma noite de verão.


Depois de Sharon , contudo, homenageie-se o bravo prócer político de Israel pelo o que ele fez em defesa do Estado de Israel e nas decisões tomadas com o apoio dos EUA, mas não alongadas. Depois de Sharon dá, no entanto, uma esperança, a mesma que o animou; a esperança da paz.


 


Diário do Comércio (São Paulo) 27/1/2006