Na vasta bibliografia sobre a Grande Depressão , que afetou os EUA - e, por via de conseqüência, o mundo -, verificou-se que a potência americana não contava no seu acervo de instrumentos com uma ferramenta vigorosa, capaz de pôr cobro à crise. Hoje, felizmente, os EUA já estão na posse de meios de defesa contra a crise financeira que assistimos, de proporções elevadas e desafiadoras.
Estamos vendo que a extensão da crise alcança o mundo inteiro, até mesmo os pequenos países do do Pacífico Sul. Economias frágeis, como a brasileira, também estão ameaçadas, embora um ilustre economista sediado nos EUA, Nuno Câmara, tenha advertido que a Bolsa paulista seria poupado dos efeitos da crise; a verdade é que ela está aí, influindo nas cotações e repelindo novos negócios dessa instituição capitalista por excelência.
Estamos seguros que o boom imobiliário, que vinha evoluindo admiravelmente bem nos EUA, poderá sofrer um freamento, mas não um colapso, com desemprego maciço na construção civil e com golpe encaixado de longe nos jogadores bursáteis, que ficariam aturdidos, sem saber que destino tomar.
Essa é a crise, como está se apresentando, e para a qual, infelizmente, não temos remédio, a não ser esperar que os próprios EUA reajam, com sua poderosíssima academia e sua estrutura financeira, inclusive com a ação conjunta dos bancos europeus, podendo minorar a situação anômala em que se encontra, com repercussão no mundo inteiro, tal o vulto econômico e financeiro de que são possuidores.
Essa crise serve-nos de lição, embora não possamos fazer nada para atalhá-la. A economia e a estrutura financeira americana, a grandeza daquele país, não deixarão de repercutir no mundo inteiro, colhendo, até mesmo, países mais bem organizados politicamente.
Ficamos por aqui, deixando uma advertência aos nossos leitores; que aprendam bem, se aconselhando antes de fazerem aplicações para garantir os dias difíceis que esperam viver.
Diário do Comércio (SP) 22/8/2007