Ao final, uma explosão de alegria, no Centro de Convenções Sul América, no Rio de Janeiro. Organizadores, empresários e participantes da I Expo CIEE/RJ não se contiveram quando os alto-falantes anunciaram a conclusão, com êxito absoluto, do evento que trouxe, durante três dias, nada menos de 32.520 visitantes aos 52 stands.
De fato, foi mesmo um sucesso. Tomando por base o que o CIEE/São Paulo realiza há 15 anos, o Centro de Integração Empresa Escola do Rio de Janeiro, com as bênçãos do seu Conselho de Administração, programou a realização e mobilizou a presença de milhares de estagiários, aprendizes e candidatos às vagas existentes, além de professores de todos os graus de ensino. Os interessados tiveram o ensejo de conhecer as inúmeras oportunidades existentes nas três forças singulares (Marinha, Exército e Aeronáutica), além de outras instituições de porte, como a Imprensa Oficial do Estado do Rio de Janeiro, a Amil (na área biomédica), o Bradesco (administração, informática, ciências econômicas e contábeis), a Estácio, a Defensoria Pública, a Fundação Roberto Marinho e outras mais. A Secretaria do Trabalho da Prefeitura do Rio foi pragmática e teve filas e mais filas em seu stand: distribuiu centenas de carteiras de trabalho, ensejando a sonhada busca pelo primeiro emprego. Resultado: tivemos 10.200 novos jovens cadastrados no banco de dados do CIEE/Rio, para diversificadas e consistentes oportunidades.
Além disso, a parte cultural foi muito aguçada. Realizaram-se debates nos vários auditórios existentes – sempre lotados de pessoas em busca de boas informações, como aconteceu no fórum Educação e Trabalho (com Roberto Boclin, Paulo Alcântara e Marcelo Fortes) e naquele que reuniu os especialistas e acadêmicos Evanildo Bechara e Domício Proença Filho para discutir as bases do Acordo Ortográfico de Unificação da Língua Portuguesa.
Outro grande registro histórico foi a gravação de 130 depoimentos, num admirável garimpo produzido pelo cinegrafista Ricardo Stein. Ele ouviu angústias, frustrações, esperanças, certezas por parte de uma garotada que, em última instância, ali estava em busca de uma orientação para a sua futura e indispensável vida profissional. Depois de ouvir algumas gravações, Paulo Pimenta e Maria Eugênia Stein entenderam que ali estava o cerne do futuro Centro de Memória do CIEE/Rio. Foi criado.
Nada menos de 17 instituições educacionais e 35 empresas dividiram o espaço destinado aos stands, oferecendo atrações o tempo todo. Nada menos de 1.207 inscritos foram logo encaminhados para as empresas interessadas. Os que estavam ansiosos pelo aperfeiçoamento necessário – e foram quase 3.500 – receberam passe para os cursos internos do CIEE, hoje bastante numerosos.
Vi um jovem correr, no centro do Salão, com a papeleta se agitando em suas mãos, numa comovente comemoração: “Consegui! Consegui! Na semana que vem vou começar a trabalhar!”
O sistema de estágios e aprendizes, um sucesso completo, não tem apenas uma vertente pedagógica. Ele se complementa com o que o Brasil hoje entende por assistência social, tirando milhares (ou milhões) de jovens da insuportável condição de penúria que não condiz com a alegria de sermos hoje a sexta economia do mundo.
O Estado do Maranhão, 1/5/2012