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A crise da aviação comercial

 

Faz poucos dias, o presidente Lula da Silva exclamou, creio que tinha sinceridade na sua exclamação: "Salvem a Varig". O atual presidente do BNDES, por seu turno, afirmou que só financia as empresas de aviação comercial se derem garantias sólidas. Uma inversão de valores, como se vê. Afinal, o presidente quer a salvação da Varig e de outras empresas de aviação comercial, dentro das normas adotadas pelo banco oficial para fazer empréstimos.


Seja como for, a aviação civil comercial do Brasil vai mal. O caso Vasp é especial, pois o sr. Wagner Canhedo não tinha nenhuma experiência de aviação civil. Seu negócio era o transporte terrestre e não muito grande, que desse para ele ser um grande da aviação civil. O resultado está aí, uma empresa de primeiro conceito e com o nome de São Paulo no seu acrônimo, está agonizando, é como uma vela que se vai apagando, sem que haja um meio de salvá-la, sendo o Brasil país que necessita da aviação civil.


A Varig que tem no acrônimo o nome de seu Estado, o Rio Grande do Sul, onde o orgulho regional é grande. Essa grande e bem organizada empresa está sem fôlego financeiro para continuar com a mesma categoria que até há pouco a colocava entre as melhores do mundo, inclusive de empresas como a Singapore Airlines, a Japan Airlines, a Air France, a British Airlines e outras. O que aconteceu que ficou encalacrada e agora voa com dificuldade? A descapitalização, o custo do querosene, e outros fatores?


Quanto à Vasp, cujo agronômico tem o nome de São Paulo, o maior, economicamente, Estado da Federação, é outro negócio, é a incompetência, para o setor, do seu controlador. O negócio se comentou quando foi fechado, teve alguma coisa de suspeito. Ouvi dizer, mas ninguém me detalhou o que houve. O certo é que essa empresa, de que carece o Brasil para se comunicar de um ponto a outro do território nacional, está perdida. Só se levantará se tiver apoio sólido. Mas este falta. Ficamos, então, no meio da crise que, economicamente, é uma espécie de nevoeiro, um ponto zero para o piloto. É a crise.




Diário do Comércio (São Paulo) 21/12/2004

Diário do Comércio (São Paulo), 21/12/2004