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A crise da aviação

 

Escrevi vários editoriais nos últimos meses sobre a crise da aviação civil comercial. Essa crise acaba com um epílogo, ao menos parcial, com a cassação dos vôos da Vasp, a companhia que tem na carlinga o acrônimo de São Paulo.


Fundada em 1933, foi uma das grandes companhias domésticas de aviação, que, surpreendentemente, funcionou bem sob o governo do Estado, embora fossem constantes os abusos com passagens gratuitas para políticos fazerem campanha no interior. Mas, se tivermos em mãos os resumos da situação da aviação comercial no mundo inteiro, ficamos sabendo que, com raras exceções, ela está em crise.


Quem se lembra da Panamerica, a empresa administrada por um gênio, Juan Trippe, porto-riquenho responsável pela empresa durante anos? E da Braniff? Quem se lembra de outras empresas? Não sei se a Singapore Airlines é privada ou pública. Funciona bem. Pode ser exceção ou não.


Cita-se como responsável pela solidez de uma companhia de aviação o rigor na administração, mas ela tem uma complexidade que é difícil vencer, se não houver uma decisão que possua o poder do funcionamento. Mas há os salários altos, o tempo mínimo de trabalho da equipagem em face de outra classe. E os aparelhos, que devem ser revistos depois de um pequeno número de vôos, como explicou com conhecimento de causa o comandante Rolim, segundo informou o jornalista João Mellão Netto no O Estado de S. Paulo .


A aviação comercial é complexa, como é complexa a aviação militar, evidentemente, mas esta tem o Estado como patrão e facilmente passa pelos exames que, para as demais, é altamente oneroso.


Isto não justifica a queda golpeante da Vasp, sobretudo nas mãos de um empresário genuíno no setor, o sr. Wagner Canhedo, que nunca havia chegado perto de um avião senão para voar de um lugar para outro no país. É o que se tem a dizer sobre o caso Vasp. E teríamos também outras empresas. Fiquemos por aqui.


 


Diário do Comércio (São Paulo) 07/02/2005

Diário do Comércio (São Paulo), 07/02/2005