A segunda temporada da CPI da COVID vai começar com muitos fatos investigados e apurados, o ritmo vai ser mais intenso. Estão mapeando todas as irregularidades cometidas, podendo até anunciar um relatório final antecipado. Deve dar muito problemas para o governo, porque já há indícios fortes de que o governo foi, no mínimo, relaxado na questão da pandemia – há até indícios que foi deliberado o atraso na compra de vacinas e a proteção a medicamentos que não têm eficácia comprovada. Mas a CPI precisa tomar cuidado para não abusar de sua autoridade, como a decisão de quebrar o sigilo fiscal e bancário da rádio Jovem Pan. É fato que a rádio apoia o governo Bolsonaro, mas não se pode atacar uma empresa jornalística sem o mínimo de explicação convincente. Deveriam ir em cima do funcionário da rádio identificado como ligado ao gabinete de ódio do Palácio do Planalto. A Jovem Pan pode ter sua linha editorial e não pode ficar submetida a esse constrangimento; é um claro abuso de autoridade. É preciso investigar os blogueiros bolsonaristas que, assim como petistas no governo Lula, recebem dinheiro do governo para estimular a militância, e com objetivos claros de perseguir pessoas e desmoralizar jornalistas de oposição. É uma atitude ilegal que precisa ser combatida, mas um órgão profissional de imprensa, estabelecido, não pode sofrer essa ameaça.