Vai ser dado o tiro de saída na corrida presidencial e governamental. Ao que me conste, deverão disputar a Presidência o presidente Lula, o governador Geraldo Alckmin e o prefeito José Serra, três valores que se enfrentarão numa disputa onerosa e fatigante.
O presidente Lula já está em campanha, embora tenha reservado para se inscrever como candidato o último minuto do tempo legal. O governador Alckmin já declarou que deixa o governo no dia 1º de abril, que para ele não será o Dia da Mentira. Quanto a José Serra, não se abriu a respeito mas também deverá desincompatibilizar-se.
A parada é dura, como tenho dito nestes artigos, quando me ocupo da Presidência. Direi mais uma vez que o presidente Lula é animal ferido mas não vencido, e dentro da corrida poderá chegar em primeiro lugar. As pesquisas revelam em Alckmin um candidato que se fortalece dia-a-dia, e quanto a José Serra, que já esteve melhor, poderá reconquistar o espaço perdido e até mesmo "virar o jogo", pois o seu prestígio é grande, por ser banhado de luz ética.
Como se vê, é uma disputa desigual, pois cada candidato tem seus atributos, sendo que o presidente Lula dispõe legalmente da máquina do governo, que pode muito, até mesmo garantir-lhe a reeleição. O que se pode falar em face destas considerações é que o País está sofrendo há mais de ano de febre política, que contamina a democracia na qual desejamos viver. A febre política é um mal tremendo, pois compromete as melhores intenções do governo ou de quem pretende alcançá-lo, desvirtuando predicados morais sem cuja solidez nenhuma nação honra a Civilização e a Cultura.
Fiquemos na expectativa de que a corrida ainda motivará muitos comentários. Situação extremamente delicada essa, principalmente por se tratar pela segunda vez na história republicana de uma reeleição.
Diário do Comércio (São Paulo) 08/03/2006