Nós, que não somos do primeiro mundo, estamos arriscados a ficarmos sem vacina. Além de toda a trapalhada que o governo fez nas negociações e nas compras, existe esse problema real: a União Europeia já está ameaçando de proibir a Astrazeneca de exportar antes de servir aos países do continente. É uma situação que não deveria ser assim, mas é. Quem tem mais dinheiro, leva. Estamos nas mãos de duas produtoras de vacinas, embora existam várias outras sendo aplicadas no mundo. A política correta do governo seria comprar qualquer vacina que estivesse a mão. Fizemos uma negociação mal feita e pretensiosa, achando que o mercado brasileiro seria atraente. Ora, o mundo tem 7 bilhões de pessoas e os mercados dos EUA e da Europa são muito maiores do que o nosso. Foram erros de estratégia, de negociação e de avaliação, porque o governo não teve a dimensão exata da crise, que vai se aprofundar nos próximos meses, enquanto continuamos com uma vacinação muito lenta e precária, o que faz com que o vírus se espalhe.