A maioria dos juristas que têm se pronunciado sobre o assunto acha que o Congresso não tem condições de convocar o presidente da República à CPI. Seria, segundo eles, uma invasão na separação dos poderes. Há quem diga que o senador Randolfe Rodrigues apresentou o requerimento de convocação de Bolsonaro para negociar a convocação dos governadores. Nesse caso, perdeu nos dois, já que foram nove governadores convocados e ele não vai conseguir chamar Bolsonaro. A AGU deve acionar o STF para impedir o presidente de comparecer. Claramente foi uma jogada política de Randolfe, mas não acredito que ajude alguma coisa. O governador do Amazonas terá muito que explicar, inclusive a reunião, com a presença de Bolsonaro, na qual ficou decidido que não haveria intervenção federal no estado. Como se viu, ele não tinha condições de enfrentar a crise e a CPI terá que resolver quem foi o culpado pela não intervenção. Os outros governadores terão que explicar para onde foi o dinheiro enviado pelo governo federal. Foi bom ter convocado os governadores, porque a CPI está ficando muito caracterizada pela ação do relator, que não esconde a sua posição politicamente ingênua, que, desde o primeiro momento, mostra que só quer pegar o presidente. Na comparação absurda com o tribunal de Nuremberg, Renan disse que “ainda” não podemos definir se o que aconteceu aqui foi um genocídio. Fica claro o objetivo de provar que houve um genocídio no Brasil. E com isso, ele enfraquece sua posição.