Espírito prático dos americanos levou-os a tomar, na fase ascensional de sua atividade urbana e a rural na proporção de suas possibilidades, uma medida da maior importância para o seu desenvolvimento: os americanos simplesmente erigiram cidades pequenas como capitais e criaram na administração pública, para que ela fosse eficiente, o city manager , ou, em português, o gerente da cidade.
Gerente da cidade tem por obrigação, como funcionário graduado, de procurar resolver por si mesmo, e com o concurso de outros membros da administração, providências para que os problemas sejam resolvidos a contento da opinião pública. Esta, sabem todos, é fortíssima nos Estados Unidos. A administração das cidades americanas é, por isso, exemplar, e o funcionamento do governo nas cidades menores do Estado, muito boa, satisfazendo a todos os habitantes.
No Brasil, bati-me durante os anos de minha gestão nos Diários Associados, e, depois, neste jornal, com tanta pertinância, que, afinal, também na FAAP, onde fui professor de três faculdades e diretor cultural por alguns meses (depois dos quais me afastei para tratar de assuntos particulares). Pois a respeitável e pujante instituição cultural, onde se formam todos os anos milhares de jovens, que conhecem bem o problema do gerente de cidade e contribuem para que seja ele um sucesso permanente onde for exercido o cargo.
Não sei como estão os gerentes de cidades, se os prefeitos do interior do Estado cumprem a missão de ter na administração pública um gerente, com experiência administrativa e isenção política. Sei, muitíssimo bem que obter essa isenção dos prefeitos é quase impossível, mas, pelo que estou informado, os gerentes que trabalham ainda em número pequeno vão muito bem, obtendo os resultados que fortalecem a posição política dos prefeitos e favorecem o desenvolvimento da cidade, para o bem de sua população.
É simples, barato, sem imposições políticas e de finalidade cívica. Porque não tentar as que não dispõem desse administrador?
Diário do Comércio (São Paulo) 08/03/2005