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Centrão expeliu militares do governo

 

Tudo indica que a temporada golpista está terminando,  porque as instituições reagiram fortemente em todos os momentos em que Bolsonaro tentou criar clima para golpe. A imprensa livre profissional denunciou esses movimentos e os políticos, que não tinham grande ascendência no governo, a partir de quando o centrão ganhou importância para estabilidade do governo e proteção de Bolsonaro contra o inpeachment, passaram a trabalhar diante da concepção de que um golpe não serve para eles, porque perdem a sua importância num regime autoritário.

E quando o centrão começou a tomar conta do governo, naturalmente expeliu os militares. A ideia de que eles iriam controlar Bolsonaro não vingou. Viu-se que eram controlados pelo presidente, que fez com que o Exército, principalmente, se envolvesse em questões políticas, se expusesse a críticas de toda parte. As Forças Armadas foram então recuando - não do apoio a Bolsonaro, mas da ideia de que o governo seria a recuperação do prestígio dos militares na vida nacional. Já vimos que, ao contrário, o governo prejudicou a imagem deles, que foram se recolhendo. Alguns continuam afoitos, como Braga Neto, mas sua última declaração foi totalmente desmontada pelo centrão. Ele sofreu uma saraivada de críticas depois que Artur Lira e Ciro Nogueira  vazaram a informação de que havia ameaçado as eleições caso o voto impresso não fosse aprovado. O que está acontecendo hoje é uma reversão. A política está dominando o governo, e vai continuar. Vao criar novos ministérios e colocar membros mais importantes do centrão nos ministérios . Os militares estão sendo levados a corner, ficando no seu devido lugar, de onde nunca deveriam ter saído. O que é um avanço na democracia.

O Globo, 29/07/2021