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Calor excessivo

 

Vou deixar de lado o acidente com o jato da TAM e falar da onda de calor no leste europeu. Aqui morreram pelo menos 199 pessoas no maior desastre aéreo ocorrido no Brasil. Na Hungria, o número de mortos já passa de quinhentos, pelo excessivo calor, devido ao desequilíbrio climático causado pelo homem. O verão europeu está sendo mais destruidor que o desastre aéreo que desarticulou todas as defesas do aeroporto de Congonhas, última versão de um aeroporto "muito bem cuidado" pela Infraero. A desorganização climática está desafiando cientistas e pesquisadores de diversas áreas, que não sabem a que atribuir as mudanças no clima em geral.


As reportagens deram destaque a Hungria, que tem sofrido significativamente com o calor, causando muitos incêndios em diversas regiões. Mas países vizinhos, como a Romênia e a Macedônia, já registraram mortos em quantidade avançada, faltando até mesmo água para beber.


Como se vê, a situação mundial é crítica: temos guerras episódicas, temos variações climáticas violentas e destruidoras, temos crises parciais em vários países, inclusive nos países sul-americanos, e já não sabemos mais onde viver.


Enfim, o homem–bicho - tão pequeno, como cantou Camões - já não encontra lugar onde viver tranqüilamente. Esse lugar desapareceu de nossos sonhos. A ciência desenvolveu-se extraordinariamente, mas a rigor não trouxe para o homem contemporâneo o bem-estar que ele sempre desejou para si, sua família e seus amigos.


Temos acidentes catastróficos, como o ocorrido em Congonhas, temos ondas de calor inesperadas e temos as guerras pipocando em quase todo mundo. E os EUA prometem mais dois anos de permanência no Iraque.


Enfim, não é o belo mundo de nossos sonhos, e sim um mundo de preocupações, que nos acompanha dia-a-dia em meio a tantas crises, para as quais não temos solução.


Diário do Comércio (SP) 26/7/2007