Um dos presidentes do período militar convidou o saudoso Hélio Beltrão para, com o título de ministro, executar planos de desburocratização da máquina administrativa, de longa data enferrujada em tal dimensão que causa seríssimos prejuízos à economia nacional. É sabido que o Brasil tem uma das mais atrasadas burocracias do mundo. Os reflexos destas anomalias se expõem, por exemplo, nas exportações conseguidas pelo ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, de mercadorias adquiridas por mercados estrangeiros. Um dos grandes males do País é esse, a burocracia animalizada preguiçosamente nos obstáculos que se interpõe entre a economia, o consumo e o desenvolvimento. O Brasil não está melhor no que diz respeito ao desenvolvimento por não dispor de uma administração tecnicamente eficaz , bem preparada, afim de dispensar papéis e carimbos, obstáculos de difícil conquista e que, portanto, emperram o crescimento econômico.
No Brasil, o número de burocratas poderia ser reduzido, como constatou Hélio Beltrão, mas não por estar atrás de cada burocrata um político com pretensão à reeleição. Nações bem organizadas têm uma máquina administrativa nas suas dimensões, ao contrário do que ocorre no Brasil, onde a máquina administrativa não favorece o desenvolvimento econômico.
Os países altamente desenvolvidos têm cursos superiores para a burocracia se aperfeiçoar e exames periódicos são realizados para apurar o seu aproveitamento e o que falta.
Diga-se, portanto, de uma vez por todas, que é preciso vencer o dinossauro burocrático, afim de que o Brasil deslanche em alta velocidade para o desenvolvimento que, internamente, faça do brasileiro um povo melhor e mais feliz.
Diário do Comércio (São Paulo) 22/2/2006