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Brasil versus Argentina

 

É antiga, muito antiga, a questão do Prata. Essa questão não passou de um arrufo diplomático. Lamento que o meu confrade Sérgio Corrêa da Costa, diplomata e historiador, não tenha escrito um livro sobre essa questão. Agora voltamos a ter a nova questão do Prata, com a falta de luz e gás para os nossos vizinhos. Ao mesmo tempo, temos notícias sobre a candidatura da senhora Kirchner para a presidência da República e notícias sobre a era Dunga no futebol brasileiro...


Enfim, não deveria haver uma Questão do Prata , mas existe. Quem é o primeiro: o Brasil ou Argentina? Somos pelo Brasil, mas minha caríssima amiga Alicia Scarpa é pela Argentina, já que é uma ilustre argentina, honrando pela sua presença e elegância o grande país vizinho.


Sabemos de sobra que não se resolve questões polêmicas como a questão do Prata num período de governo ou de dois ou três, mas é toda uma existência que está implicada na questão que não se desengata. Queremos crer que a derivação da Argentina para os militares -Perón à frente - foi o ponto de discórdia a se assinalar nas relações dos dois grandes países. Mas os militares já passaram, depois da Guerra das Malvinas, derrotados por madame Margaret Thatcher com determinação. O resultado está na posse das Malvinas pelos ingleses ainda hoje, sem se saber até quando, pois a Inglaterra, como a Igreja Católica, não tem pressa.


Não será difícil para um paciente ministro das Relações Exteriores achar o nó da questão do Prata e decepá-lo, como ensina a lição grega, e os dois vizinhos voltarem a trabalhar juntos no Mercosul, que o cucaracha Hugo Chávez pretende desmantelar. O continente necessita, realmente, do Brasil e da Argentina, ambos entendidos nos mesmos destinos e nos mesmos problemas internacionais, capazes de serem solucionados com um simples telefonema aos presidentes em exercício.


Gosto muito da Argentina, mas gosto muito mais do Brasil, de preferência vê-los unidos em política internacional.


Diário do Comércio (SP) 16/7/2007