Cada vez fica mais evidente que o presidente Bolsonaro tem algum problema e está desesperado. Não é possível imaginar que a “doideira” de instigar diariamente o STF tenha aparecido de repente. Ele está nitidamente em busca de confrontação, de embate com o judiciário. Não sei onde isso vai parar, porque já tem três inquéritos no TSE e no STF. A cada vez que repete e aprofunda as acusações aos ministros do STF, está enfrentado o próprio tribunal, querendo desmoralizá-lo junto ao cidadão e muitos acreditam nele. É um trabalho de solapar a autoridade, de instigar a populacão contra o STF, um caminho perigoso. Difícil encontrar antidoto contra esse tipo de atitude que não seja o impedimento, ou a cassação de mandato. As respostas estão sendo dadas. A sociedade civil está se manifestando - o manifesto assinado por empresários, líderes religiosos, economistas, intelectuais, e outros a favor do respeito ao resultado das eleições é importantíssimo. E os inquéritos são maneiras de se controlar um presidente fora de parâmetro. O inquérito no STF é difícil de resultar em alguma coisa concreta, porque a denúncia tem que ser feita pelo PGR, Augusto Aras, que está em campanha para reeleição e dificilmente fará alguma ação contra o presidente. O do TSE pode ter efeito direito, cassando a eleição de 2018, mantendo Mourão na presidência. O vice-presidente até já está se colocando como terceira via. Há um caminho grande para essa terceira via, só precisa aparecer um candidato que se firme como alternativa. Não sei se Mourão seria a pessoa, mas ele está tentando vislumbrar suas chances. Bolsonaro cria um ambiente ruim para a sociedade e para a agenda econômica, pois passa um clima de insegurança muito grande. Ele não vai conseguir fazer uma rebelião, mas vai fazer um estrago muito grande.