Bolsonaro quer ampliar os limites para ver o que vai acontecer. Está muito preocupado com a queda de popularidade especialmente por causa das revelações de corrupção, incompetência e várias outras irregularidades no ministério da Saúde expostas na CPI. E ele está certo de que no final será acusado formalmente de prevaricação e culpado pela morte de milhares de brasileiros. Por isso, sobe o tom para tentar criar uma crise institucional mas, até agora, não está conseguindo seu objetivo. Mesmo a nota dos ministros militares contra a CPI não teve grande repercussão na imprensa, porque é tão descabida e tão distorcida, que surpreende pelo fato de que tiveram quase 10 horas para pensar no assunto e soltaram uma nota fora de propósito, abusiva, que não corresponde ao que fora dito na CPI. A questão de o senador Omar Aziz ter se referido à banda podre das Forças Armadas, pela relação que pode ser feita com os milicianos, é um preciosismo, pois em toda profissão existe uma banda podre. Os militares estão muito suscetíveis porque militarizaram o ministério que está tendo problemas com corrupção. Foi um erro deles participarem do governo neste nível. Bolsonaro sabe que perderia se a eleição fosse hoje. E a possibilidade de uma vitória de Lula incomoda muito os militares, incentivados pelo presidente. É uma crise que ele está tentando montar, chamando ministro do STF de imbecil, idiotia e otário. Mas se continuar assim, pode ser que acabe virando apenas um personagem ridículo, patético.