Um de nossos jornais publicou um artigo de autora americana sobre o feminismo. Na opinião dessa autora, o preconceito contra o feminismo continua a ter cultores.
Evidentemente, esses cultores não têm comparação com os anti-feministas do início do Século XX, quando as passeatas das feministas, engodadas pelas aderentes diante dos protestos organizados à americana, desafiavam a polícia, inutilmente, como se viu pelo extraordinário avanço do feminismo não só nos Estados Unidos como no mundo inteiro.
O feminismo queria para a mulher um lugar ao sol, ou um lugar para trabalhar como os concorrentes masculinos nos escritórios, nos jornais, enfim, como concorrente dos homens. O feminismo parece-nos, por isso, um fenômeno local, do início do século, nada mais.
Hoje, falar em feminismo como essa autora é, francamente, ridículo. Em todos os setores de atividades, a mulher está presente. O que seria Hollywood não fossem as mulheres atrizes, em grande quantidade, ainda hoje, e até cada vez mais, com o desenvolvimento assinalado na sétima arte?
Não passa pela cabeça de ninguém eliminar nos escritórios as mulheres, principalmente as secretárias, e até mesmo as técnicas, as economistas, as administradoras de empresas, as técnicas em computação, as financistas, algumas que conhecemos da mais alta capacidade; estaríamos perto da árvore, como os nossos primitivos antepassados. A mulher conquistou seu lugar pela competência, pela disciplina no trabalho, pela assiduidade, que não se rompe nem mesmo nos dias difíceis.
Deixe-se de lado, portanto, o feminismo que essa autora traz a comentário, como este que estamos fazendo, pois a mulher ganhou a parada com os homens e já lhes faz concorrência, não raro com o maior brilho. A mulher soube conquistar seu lugar e o conserva com raro brilho. Respeitemos essa invasão, como diz a autora, pois o número de mulheres está sendo maior do que o dos homens, até mesmo na engenharia mecânica, onde elas não podem ter maquiagem.
Tenhamos, pois, as mulheres como companheiras dos homens para o desenvolvimento, a criação artística, as profissões científicas e outras. Elas merecem pela vitória alcançada em pouco tempo, desde o século passado até hoje.
Diário do Comércio (São Paulo) 06/05/2005