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Arthur Lira mostrou quem manda

 

O governo está com uma situação delicada nas mãos, porque nem ele, nem as Forças Armadas querem que as FFAAs entrem diretamente no combate ao crime organizado no Rio e outros lugares – especialmente no Rio -, porque as experiências anteriores foram fracassadas não adianta colocar tanque na rua e continuar o mesmo. É um ponto que só desmoraliza as Forças Armadas e enfraquece o governo. Mas eles sabem que é preciso uma atuação mais forte no combate à criminalidade e parece que estão tentando fazer algo que já deveria estar sendo feito há muitos e muitos anos, que é controlar portos e fronteiras. A Marinha e a Aeronáutica têm problema porque, pela lei, elas só podem atuar depois de instituído um GLO – Garantia de Lei e Ordem - , que precisa de aprovação do Congresso. Mas o Exército pode fazer este tipo de intervenção sem GLO, sem entrar diretamente no combate. Acredito que já se chegou à conclusão de que não adianta essa guerra de armas, porque os criminosos estão cada vez mais bem equipados. É necessário um trabalho de inteligência, identificar bandidos, traficantes e milicianos, como a ABIN faz, grampeando todos eles, sabem quem são e onde estão, bloquear sinal de celular nos presídios. É um trabalho a longo prazo, porque, no momento, não há solução, nem bala de prata. Há apenas a necessidade de combater permanentemente a criminalidade e montar um esquema de inteligência para barrar a entrada de armas e drogas e confinar traficantes e milicianos. Não vamos acabar com a criminalidade, mas tem que ter um mínimo de controle.

E inteligência para barrar a entrada de armas e drogas, e confinar traficantes e milicianos. Não vamos acabar com a criminalidade, mas tem que ter um mínimo de controle.

 

O Globo, 26/10/2023