Tem excelentes e bem remunerados assessores o presidente dos Estados Unidos. Mas o que às vezes espanta é que o chefe de uma Nação de tal poderio desconhece as regiões do mundo onde intervém, por não ser informado ou não estar suficientemente preparado para a missão que se avoca.
Vem logo à mente o Vietnã, com seus desastres militares e o Apocalipse Now , do conhecido filme de Francis Ford Coppola. Diante de seus malogros, a Presidência americana deveria fazer uma revisão no grupo de assessores e retirar das grandes e famosas universidades de seu país valores reconhecidos pela inteligência e conhecimento, que provêm de regiões dos Estados Unidos que querem efetuar sua política internacional na linha dos interesses americanos e, eventualmente, também para as nações amigas.
Serve de exemplo para essas considerações a intervenção no Iraque. Pretenderam os Estados Unidos atrelar o Iraque à democracia americana e suas instituições.
Demonstrou o presidente George W. Bush, que ordenou a invasão do Iraque, não conhecer o que é o Iraque e como agem os povos fanatizados pelo islamismo da região invadida pelos boys americanos .
Ficou patente a dificuldade que os Estados Unidos estão encontrando para deixar o Iraque com um governo próprio subordinado à concepção democrática de que são um dos portadores mundiais.
Creio ser dificílimo alcançar vitória nessa missão, inclusive dificílimo será, também, sair do Iraque com derrota menor que a sofrida no Vietnã. Que sirva de lição a armadilha iraquiana ao atual presidente e aos presidentes futuros, nas suas investidas catequizadoras da política democrática american style
Diário do Comércio (São Paulo) 12/1/2006