Essa publicação faz parte da coleção Coleção Austregésilo de Athayde
A presença do jurista e professor Oscar Dias Corrêa na Academia obedece a uma tradição que vem desde as origens da instituição, que já contava com vários juristas entre os seus fundadores. Nunca o homem de letras deixou de se manifestar na sua atividade mental. Quem lhe conhece a obra, como Afonso Arinos de Melo Franco, que o recebeu na Academia, compreende quão profícuos são os resultados literários daquela "ânsia incontida" do menino devorando os clássicos na biblioteca do Ginásio Mineiro, que o levou a escrever o romance panfletário Brasílio (1968) e a esmerar-se na leitura de grandes poetas, dando prova dessa mestria no estudo sobre Dante, inserido no livro Vultos e retratos (1986), e em Meus versos dos outros - tradução de poetas italianos (volume 46 da Coleção Afrânio Peixoto, 1999). Nesse sentido, diz Eduardo Portella no prefácio a este Quase ficção (contos): "Quando em determinada personalidade conflui mais de uma percepção, ou mais de um saber, predomina a tendência a privilegiar a vertente mais conhecida, em detrimento das outras, talvez deliberadamente silenciadas ou guardadas debaixo de sete chaves. É o caso de Oscar Dias Corrêa. Poucos sabem que por detrás do jurista, do professor emérito de direito, do político de vida pública coerente e marcante, persiste e se afirma a todo instante o homem de letras. Na boa tradição dos bacharéis letrados, na mesa dos quais conviviam, harmoniosamente, os códigos e as mais diversas coletâneas de poemas." (Da Apresentação do livro).