Essa publicação faz parte da coleção Coleção Afrânio Peixoto
Para João do Rio (1881-1921) o cinema – as fitas – era algo extramoderno, “como o arrolador da vida atual, como a grande história visual do mundo”, e marcava uma das maiores mudanças ocorridas no Universo. Este livro de crônicas escritas em 1908 e regidas em grande parte por diálogos imaginários, é uma das referências dessa mudança, da passagem que gerou o Brasil de hoje e especialmente a hoje degradada e camelotizada cidade do Rio de Janeiro.
Uma República sucedia a um Império. Uma nova sociedade especuladora, mercantilista e arrivista surgia dos destroços de uma vitoriana sociedade tropical, fundada na impiedade e crueza da escravidão e do domínio dos grandes proprietários de terra. Uma aristocracia econômica e política sustentava o cetro imperial e os privilégios e injustiças inerentes a uma Nação separada pela riqueza da minoria dominante e a pobreza – que ia até a miséria extrema – dos dominados. [...] [Apresentação de Lêdo Ivo].