Essa publicação faz parte da coleção Série Essencial
Parece-me impossível, ao tratar de Artur Azevedo, que nasceu em 7 de julho de 1855, em São Luís do Maranhão, e faleceu em 22 de outubro de 1908, no Rio de Janeiro, não me valer antes de uma autobiografia publicada na revista A Máscara, de janeiro de 1934, mas que se interrompe em 1873. São suas palavras:
"Desde os mais verdes anos, manifestei certa vocação para o Teatro, e, se não fossem meus pais, teria, com certeza, abraçado a arte dramática. Aos oito anos organizava espetáculos de súcia com os meninos da minha idade e ficava radiante de alegria todas as vezes que apanhava um drama ou comédia para ler. Na biblioteca de meu pai, que possuía bons livros, preferia as peças de teatro, e, como havia muitas em francês, aprendi, com facilidade, a traduzir esse idioma, para poder lê-las. Foi justamente na Seleta Francesa que encontrei o assunto da minha primeira peça – uma tragédia, a única que perpetrei. O episódio de Múcio Scevola, queimando a mão na presença de Porsena, me impressionou tanto, que resolvi transportá-lo para o palco. Imaginem o que sairia da pena de um fedelho. Perdeu-se, infelizmente, omanuscrito, que daria, hoje, motivo a boas gargalhadas. Apenas me lembro de dois versos – sim, porque a tragédia era emverso, como toda tragédia que se respeita". [...] Sábato Magaldi
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