Essa publicação faz parte da coleção Coleção Afrânio Peixoto
Gênero ensaístico de ampla tradição, a oratória já fora objeto de estudo desde a Retórica, de Aristóteles, e já encontrara grandes expressões na Antiguidade em figuras como Demóstenes, na Grécia, e Cícero, em Roma. Parte da Retórica, a oratória é, como afirma Afrânio Coutinho, “a arte do orador, ou daquele que fala ao público com elegância, propriedade e eloquência, deleitando, comovendo e, sobretudo, persuadindo por meio da palavra”.1 É a arte de falar bem, ou, melhor, de usar todos os recursos da linguagem com o objetivo de provocar um efeito determinado no ouvinte ou público. Pelo seu caráter persuasivo, a oratória tornou-se matéria fundamental em áreas como a Política e o Direito, mas, pela sua preocupação com a exploração dos recursos estéticos da linguagem, ela sempre manteve vínculos estreitos com a Literatura, deixando clara, inclusive, a impossibilidade de se instituírem limites entre as searas do conhecimento. [...] [Nota introdutória de Eduardo F. Coutinho]