Essa publicação faz parte da coleção Coleção Afrânio Peixoto
Dentre a volumosa documentação de Carlos Magalhães de Azeredo recolhida no Arquivo Histórico do Itamarati, além de extensa correspondência, das memórias (já publicadas, por mim, na Academia Brasileira de Letras) e diários, figuram dois manuscritos, com 36 páginas o primeiro e 128 o segundo, por ele intitulados O papa e a guerra - Uma defesa desapaixonada e Roma em guerra - Recordação de seis anos: 1940-1945. Juntei-os aqui, em continuação às suas Memórias, sob o título Memórias de guerra - O Vaticano e a Itália nas duas guerras mundiais.
Neles, o ilustre diplomata e acadêmico fixou, com trinta anos de intervalo, seu testemunho pessoal dos tempos difíceis passados em Roma durante os dois conflitos que ensangüentaram o século. Fê-lo em estilo ao mesmo tempo antiquado e juvenil, com vocabulário arcaico, cheio de italianismos, neologismos, e também lugares-comuns, sobretudo no manuscrito mais recente, denotando o meio século já vivido longe do Brasil. Mas contrabalançava amplamente aquelas singularidades lingüísticas pela espontaneidade das reações e transparência dos sentimentos, que descreviam fatos e personagens. [...] [Da Introdução de Afonso Arinos, filho.]